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Dilma decide adiar viagem de Estado a Washington, anuncia Planalto

A presidente Dilma Rousseff decidiu adiar a viagem de Estado que faria em outubro a Washington, nos Estados Unidos, segundo informou em nota nesta terça-feira (17) a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

De acordo com a nota, “os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse  que o presidente dos EUA, Barack Obama, deve desculpas à presidente Dilma Rousseff em função das revelações de que os norte-americanos espionaram autoridades brasileiras , incluindo Dilma.

De acordo com o ex-presidente, a segurança é apenas uma desculpa para a espionagem dos EUA. “Na verdade os americanos não suportam o fato de o Brasil ter virado um ator global. Querem o Brasil subalterno como sempre foi”, afirmou.

Lula disse ter certeza de que Dilma tomará as devidas medidas de segurança, mas chamou atenção para a necessidade de o País desenvolver seus próprios mecanismos de proteção.

A decisão foi motivada pelas denúncias de que a agência de segurança norte-americana, a NSA, espionou a presidente, seus assessores e também a Petrobras, segundo revelou o programa Fantástico.

“Tendo em conta proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriorimente acordada”, diz a nota.

Ainda de acordo com a secretaria, o governo brasileiro espera que a visita de Estado ocorra “no mais breve prazo possível”.

“O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica e patamares ainda mais altos”, diz o texto da nota.

Dilma chegaria no dia 23 de outubro à capital dos Estados Unidos para a visita de Estado. O único presidente brasileiro convidado para uma viagem nestes moldes foi Fernando Henrique Cardoso, em 1995.

A viagem de Estado está na mais alta categoria diplomática entre dois países e é realizada apenas duas vezes por ano pelos Estados Unidos. A visita inclui diversas pompas e cerimônias formais, como revista às tropas norte-americanas, visita às sedes dos três poderes e jantar de gala na Casa Branca oferecido pelo presidente Barack Obama.

Segundo informou o blog de Cristiana Lôbo, o governo avaliou que não há garantias de que novas denúncias de espionagem não vazarão. O receio da presidente, de acordo com o blog, é o constrangimento que uma nova denúncia provocaria no momento em que ela estivesse nos EUA.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República:

Nota oficial

A presidenta Dilma Rousseff recebeu ontem, 16 de setembro, telefonema do presidente Barack Obama, dando continuidade ao encontro mantido em São Petersburgo, à margem do G-20, e aos contatos entre o ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado e a assessora de Segurança Nacional Susan Rice.

O governo brasileiro tem presente a importância e a diversidade do relacionamento bilateral, fundado no respeito e na confiança mútua. Temos trabalhado conjuntamente para promover o crescimento econômico e fomentar a geração de emprego e renda. Nossas relações compreendem a cooperação em áreas tão diversas como ciência e tecnologia, educação, energia, comércio e finanças, envolvendo governos, empresas e cidadãos dos dois países.

As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos.

Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington – e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação – não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada.

Dessa forma, os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados desta visita não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada.

O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Federativa do Brasil

‘Contexto histórico para assassinar Jango não faltava’, diz pesquisador

“Contexto histórico para assassinar Jango não faltava”. É o que sustenta o historiador Jair Krischke, coordenador do Movimento Justiça e Direitos Humanos e uma das testemunhas ouvidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre as circunstâncias da morte do ex-presidente João Goulart, deposto pelos militares no golpe de 1964.

Esta suspeita será objeto de estudo nos próximos dois meses, com a exumação do corpo do ex-presidente. O governo acertará nesta terça-feira (17) os últimos detalhes para a investigação.

Divulgação Imagem de “Dossiê Jango”

As suspeitas são de que a morte de Jango, em 6 de dezembro de 1976, não teria como causa uma simples “enfermedad”, como acusa o atestado de óbito, lavrado em Mercedes, na Argentina. O trabalho dos peritos será de verificar se Jango foi envenenado.

Além das provas materiais que podem indicar a verdadeira causa da morte, o historiador Jair Krischke aponta uma série de documentos do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), que indicam a preocupação dos militares com um “possível retorno” dos presidentes depostos por ditaduras latino-americanas na década de 1970, entre eles, o brasileiro João Goulart, deposto pelos militares no golpe de 1964.

Na opinião de Krischke, esse temor pode ter motivado o possível assassinato. “Os documentos são claros. Além de indicar o medo da volta havia ordens expressas para prender o ex-presidente, caso ele entrasse no Brasil”, explicou o professor.

Jango, como o ex-presidente era conhecido, passou 12 anos no exilio, entre Uruguai e Argentina. A história “oficial” de sua morte aponta que ele ingeriu medicamentos antes de dormir, receitado por um médico de Lyon, na França, e morreu vítima de uma taquicardia na madrugada.

No entanto, essa versão é bastante contestada. Não houve autopsia que confirmasse os motivos da morte. Além disso, nunca houve comprovação de que esses remédios, que seriam importados pelo próprio presidente da França, foram mesmo receitados. “O prontuário de atendimento de Jango na clínica francesa nunca foi encontrado”, contou Krischke.

Livro compila escândalos da era FHC

O autor, o jornalista Palmério Dória, diz que o livro não é sobre o ex-presidente, mas sobre o “esquema” Fernando Henrique Cardoso

Foi o nebuloso processo de privatizações e não a estabilidade econômica alcançada por meio do Plano Real “a primeira e inesquecível marca do governo FHC”. A conclusão é do jornalista Palmério Dória logo nas primeiras páginas do livro “O Príncipe da Privataria”, lançado na semana passada pela Geração Editorial.

A conclusão acima exemplifica o tom impresso nas 399 páginas: uma compilação de escândalos públicos e privados dos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso , com destaque especial para a compra de votos que viabilizou a aprovação no Congresso Nacional, em 1997, da emenda constitucional que garantiu a reeleição de FHC no ano seguinte.

Pela primeira vez o ex-deputado pelo PP do Acre e hoje influente empresário Narciso Mendes admite ser o Senhor X, personagem criado pelo jornalista Fernando Rodrigues, da “Folha de S. Paulo”, na série histórica de reportagens que revelou o esquema de compra de votos capitaneado pelo ex-ministro da Comunicação Sérgio Mota.

A identidade secreta do Senhor X era há algum tempo um “segredo de polichinelo”, segundo o próprio Dória. A novidade é que Mendes assumiu a autoria das gravações com os três ex-deputados acreanos que admitiram ter recebido R$ 200 mil cada para votar a favor da reeleição e embasaram a série de reportagens da “Folha”.

Segundo Dória, Mendes decidiu se revelar depois de um problema de saúde. A revelação, espécie de âncora do livro, também aconteceu pouco depois de o filho do ex-deputado, o empreiteiro Narciso Mendes Jr., ser preso em uma operação da Polícia Federal por suspeita de fraudar licitações no Acre, em maio deste ano.

Figura controversa no cenário político e empresarial acreano, Narciso Mendes é dono do jornal “O Rio Branco” que em 1989 estampou a manchete “PT sequestra Abílio Diniz” e teve o nome envolvido em um suposto plano para assassinar o então governador Jorge Viana (PT). Hoje, segundo o livro, Mendes é aliado do atual governador Tião Viana (PT), irmão de Jorge.

A compra de votos para a reeleição de FHC, no entanto, ocupa apenas dois capítulos e pouco mais de 30 páginas do livro.

Desde 2000, quando integrou a equipe de “Caros Amigos” que revelou a existência de um filho do ex-presidente com uma jornalista da TV Globo (recentemente colocada em dúvida por um exame de DNA), Palmério Dória vasculha o governo tucano.

No livro, ele usa dados colhidos ao longo de anos para preencher lacunas de uma história cujos pilares são reportagens publicadas em grandes veículos como “Veja”, “IstoÉ”, “O Estado de S, Paulo”, “O Globo”, além da “Folha”, que noticiaram fartamente as suspeitas de irregularidades no governo tucano, anos antes do escândalo do mensalão.

“Não é um livro sobre a história de FHC mas sobre a história do esquema FHC”, disse o autor ao iG .

Dória traz detalhes e depoimentos inéditos sobre o relacionamento do ex-presidente com a jornalista Miriam Dutra, a operação midiática para abafar o caso, a construção da candidatura, os negócios suspeitos de Paulo Henrique Cardoso, denúncias de caixa dois de campanhas, a montagem do Instituto Fernando Henrique Cardoso na sede do antigo Automóvel Club de São Paulo, os acordos do tucano com a Casa Branca e, principalmente as privatizações.

Neste ponto o livro remete a “Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., publicado pela mesma Geração Editorial em 2011 e citado no prefácio de “O Príncipe da Privataria”.

A principal diferença é que enquanto “Privataria Tucana” focava no ex-governador José Serra, os protagonistas livro de Dória são Sérgio Mota e o próprio FHC.

O publisher da Geração, Luiz Fernando Emediato, diz que foi pressionado por interlocutores do ex-presidente para engavetar a nova publicação.

Procurado por meio da assessoria de imprensa do Instituto FHC, o ex-presidente se recusou a comentar o assunto. Em conversas reservadas tucanos próximos ao ex-presidente consideram “O Príncipe da Privataria” mais uma “peça de propaganda do PT” recheada de histórias “requentadas”, publicada às vésperas do julgamento dos embargos do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal e um ano antes da eleição presidencial.

Palmério Dória nega enfaticamente a alcunha de petista. “O único ‘ista’ que aceito é jornalista. Se o livro vai ser explorado ou não, é outra história”, afirmou.

Para o autor, a publicação pode trazer contribuições para o debate sobre a reforma política ao revelar a fórmula histórica de barganha entre governos e parlamentares. “A reforma é o único jeito que existe. Não tem outra saída”, disse ele.

Segundo Dória, não foi preciso ouvir Fernando Henrique para escrever o livro. “Ele é mimoseado pela imprensa e pela mídia. Em nenhum momento pensei em ouvir Fernando Henrique. Este livro tem um ponto de vista e uma linha”, afirmou.

“O Príncipe da Privataria” terá um lançamento nesta terça-feira no Instituto Barão de Itararé e outra na livraria Saraiva do shopping Pátio Paulista, ironicamente no dia 10 de setembro, um dia depois da posse de Fernando Henrique na Academia Brasileira de Letras.

No ABC, Lula diz ser ‘abominável’ protesto contra médicos

No ABC, Lula diz ser ‘abominável’ protesto contra médicos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (29) que considera ‘abominável’ a manifestação contra participantes do programa federal Mais Médicos. Ele deu a declaração em um evento em São Bernardo do Campo para comemoração dos 30 anos de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Lula disse esperar que, com a destinação de recursos da exploração de petróleo para educação, o Brasil pare de ser apenas exportador de commodities “e passe a exportar inteligência como os cubanos fizeram conosco, exportando médicos para atender o povo pobre desse país.” Em seguida, emendou:  “Eu acho abominável um grupo de pessoas fazer protestos contra profissionais de outros países que fizeram um favor para nós de vir aqui ao Brasil cobrir os lugares que os médicos brasileiros não querem ir. Eu quero de público dizer que sou totalmente solidário à [presidente] Dilma e ao [ministro da Saúde, Alexandre ] Padilha  pela coragem que tiveram de trazer os médicos para o Brasil.”

No evento, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, foram homenageados pelo presidente da CUT, Vagner Freitas. Lula  admitiu que o crescimento do PIB não é o que se espera e disse ter certeza de que a inflação não vai voltar.  O ex-presidente disse aos sindicalistas ofuscados pelas manifestações de rua de junho que eles não devem desanimar e sugeriu que eles façam mais reivindicações.

PIB
Ao falar sobre o ritmo de crescimento da economia, Lula disse ver um  certo baixo astral nas pessoas. “´É verdade que o PIB (Produto Interno Bruto) não está crescendo o tanto que a gente queria. Não é nem o pibão, nem o pibinho, é o PIB, que não vai chegar a tanto, mas também não vai ser tão vergonhoso quanto o dos países ricos”, disse Lula. O ex-presidente ressaltou que o Brasil continua com o menor nível de desemprego da história e garantiu que a inflação não voltará. “Esse país, a presidente pode garantir, vai acontecer, a inflação não volta”, afirmou.

Manifestações
Lula  abordou as reivindicações por investimentos sociais que se contrapõem aos gastos com a Copa do Mundo de 2014. “As pessoas querem padrão Fifa. Nós fizemos estádios, se gastou dinheiro para fazer estádios. É  justo que o preço da entrada possa caber um trabalhador pobre lá dentro. Não é uma coisa para rico. Porque alguns jogos que nós vimos aí não tinha nem negro. Eram só louros dos olhos azuis. Eu  também quero padrão Fifa. O povo quer saúde e educação padrão Fifa, eu acho ótimo. Duro é se esse povo tivesse na miséria de 20 anos atrás que não tinha força para desejar as coisas que eles estão desejando”, afirmou.

Bolívia
Lula apontou avanços  na América Latina nos últimos 12 anos e citou o presidente da Bolívia, Evo Morales. “Nós estamos vendo um índio na Bolívia fazer mais do que os governantes de olhos verdes que governaram a Bolívia durante muito tempo”, disse Lula. O presidente boliviano cobra do governo brasileiro a ‘devolução’ do senador oposicionista Roger Pinto Molina.

Homenagem
O presidente da CUT,  Vagner Freitas, homenageou o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenados pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão.

“Cumprimentar especialmente dois companheiros aqui presentes e que iluminam a militância cutista a continuar de cabeça erguida, lutando para transformar o Brasil e que não têm medo de fazer política e de sair na rua de cabeça erguida para dizer: ‘ nós mudamos o Brasil’. Zé e Delúbio, orgulho enorme que nós temos de vocês”, afirmou.

O ex-presidente agradeceu aos sindicalistas pelo apoio que recebeu no que afirma ter sido o momento mais difícil de seu governo, quando em sinal de apoio foi criada o bordão “Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo.”

“Isso colocou muita gente de orelha em pé e por causa disso eles não ousaram dar um passo adiante. A história do Brasil é cheia de sobressaltos. É cheia de momentos em que parece estar tudo tranquilo no país e aparece meia dúzia de engraçadinhos, resolve dizer que não está bom e daqui a pouco estão dando golpe. Nós estamos escaldados  e a CUT é na verdade uma das instituições que não só ajudou a construir, mas continua sendo uma das instituições guardiãs da democracia nesse país.”

Patriota teve ‘saída anunciada’ e ‘sem crise’, avaliam ex-diplomatas

Luiz Castro Neves, presidente do Cebri, diz que saída de ministro é normal.
Antonio Patriota pediu demissão após vinda de senador boliviano ao país.

A demissão do ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi entendida pela presidente Dilma Rousseff como uma maneira de amenizar o “constrangimento” provocado pela operação de fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina. A decisão pela saída do chanceler do governo foi tomada no fim da tarde desta segunda-feira (26), após a presidente passar o dia em conversas com auxiliares para avaliar o tamanho do impacto do episódio na imagem do governo.

Dilma, segundo um ministro, passou o dia tranquila. Mas mostrou-se particularmente incomodada com o fato de Patriota alegar desconhecimento da operação, implantada com ajuda do diplomata Eduardo Saboia. Patriota estava com viagem marcada para a Finlândia, onde cumpriria agenda oficial, e cancelou a agenda externa após a notícia sobre a fuga vir à tona, neste fim de semana.

Nas conversas que teve ao longo do dia, a presidente comentou que o resultado diplomático do episódio só não foi mais grave porque não houve nenhum imprevisto. Auxiliares apontam, por exemplo, que o caso poderia ter tido desdobramentos muito mais graves se as autoridades bolivianas tivessem interceptado o carro que transportou o senador da Bolívia para o Brasil.

O entendimento no governo foi o de que o caso deixou Patriota numa situação extremamente desconfortável, além de abrir uma nova frente de críticas ao governo federal. Nas discussões, apareceu a avaliação de que a presidente Dilma mal começou a recuperar a popularidade após os protestos ocorridos em junho e agora se vê em meio a um incidente diplomático.

Dilma chamou Patriota ao Palácio do Planalto somente no início da noite. O anúncio foi feito por meio de nota oficial, na qual a presidente disse ter aceitado o pedido de demissão do chanceler. A relação da presidente com o chanceler já dava sinais de desgaste, o que teria contribuído para tornar a permanência de Patriota insustentável. Dilma agradeceu a “dedicação” e o “empenho” do auxiliar pelos dois anos em que permaneceu no cargo.

Molina viveu por mais de um ano na embaixada brasileira na Bolívia e a operação de fuga, segundo fontes do Itamaraty, foi inteiramente implantada por Saboia. A fuga contou também com a participação direta do senador Ricardo Ferraço, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Ainda segundo interlocutores no ministério, Patriota mantinha uma relação de confiança com Saboia.

Seguindo um roteiro parecido com o aplicado em outros casos de demissão no primeiro escalão, Dilma só anunciou a demissão após ter definido quem seria o substituto. O novo chanceler será Luiz Roberto Figueiredo, que hoje é representante do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Patriota assumirá o posto que hoje é de Figueiredo.

O novo chanceler foi escolhido em grande parte pelo trabalho que realizou durante a Rio+20. Com fama de ser linha dura, o novo ministro deve chegar ao Brasil amanhã e deve tomar posse já no fim desta semana.