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Incra/MA participa de reunião para avaliar desintrusão da Terra Indígena Awá

Em reunião realizada na quarta-feira (29), na Sede da Justiça Federal do Maranhão, em São Luís, ficou acordado que o Incra permanecerá até o dia 7 de fevereiro realizando o cadastramento dos moradores não índios que serão retirados da Terra Indígena (TI) Awá, no Noroeste do estado e que receberam a notificação da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão. A equipe de cadastramento da autarquia continuará na Base de Operações do Exército, instalada em São João do Caru, recebendo as inscrições.

Coordenada pelo Juiz Federal José Carlos Madeira, a reunião teve por objetivo fazer um balanço das ações relativas à desintrusão da TI Awá, desenvolvidas até o momento pelos órgãos federais. “Queremos fazer uma avaliação do ritmo do trabalho que está sendo desenvolvido pela União. Uma espécie de balanço, pois temos um compromisso com o êxito desse processo”, destacou.

O representante da Secretaria Geral da Presidência da República, Nilton Tubino, fez um breve relato de como ocorreu o processo de notificação na TI Awá e informou aos presentes o número de notificações realizadas pelos oficias de justiça (427) e o número de famílias que procuraram o Incra (165) para fazer o cadastro visando serem assentadas e incluídas no Plano Nacional de Reforma Agrária.

Nilton Tubino também informou que uma equipe composta por 16 servidores do Incra, Instituto de Identificação, Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e Delegacia Regional do Trabalho (DRT-MA) está na região para emitir documentos civis e trabalhistas das famílias que estão sendo notificadas e não possuem todos os documentos necessários para realizarem o cadastro no Incra e no CadÙnico. Esta ação é coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural.

Assentamento

Com relação às áreas para assentar as famílias que sairão da TI Awá, o superintendente regional do Incra/MA, José Inácio Rodrigues, explicou as três principais frentes que a autarquia está atuando: compra direta de terra, revisão ocupacional e articulação com o Instituto de Colonização e Terras do Estado (Iterma) e Programa Terra Legal.

A compra de terras é realizada por meio do Decreto 433. Uma equipe da divisão de Obtenção de Terras do Incra/MA, já está realizando vistoria em área oferecida ao Instituto, localizada no município Igarapé do Meio. Já o trabalho de revisão ocupacional, vai identificar lotes vagos em assentamentos já existentes.

As articulações do Incra com o Iterma e com o Programa Terra Legal resultaram no deslocamento de quatro equipes para realizarem, de 29 de janeiro a 8 de fevereiro, o levantamentos em campo sobre possíveis áreas para assentar as famílias desintrusadas. O Iterma visitará cinco áreas de domínio estadual, no município de Zé Doca, e o Programa Terra Legal fará levantamentos no mesmo período, em áreas de domínio Federal, nos municípios de Bom Jardim e Bom Jesus das Selvas. “A meu ver essa articulação como Iterma e Terra Legal é a melhor alternativa. É mais rápida e as áreas são mais próximas de onde as famílias já estão”, avaliou José Inácio.

Prazos

A Justiça Federal do Maranhão confirmou também o prazo para a saída voluntária dos ocupantes da terra indígena – 40 dias a contar do recebimento da notificação. Com isto, no dia 23 de fevereiro os primeiros moradores devem deixar a área.

No dia 13 de fevereiro, o comitê de desinstrusão, instituído pelo Juiz Federal, fará a primeira reunião em São Luis. Coordenado pela Secretaria Geral da Presidência da República, o comitê tem caráter consultivo e irá tomar conhecimento das áreas negociadas pelo Incra para assentar os ocupantes não índios da terra indígena. “Espero que esta ação seja um novo paradigma no processo de desintrusão, para não se colocar lavradores e índios em confronto. Pois, ambos merecem um olhar atento e respeitoso do Estado brasileiro”, disse o Juiz José Carlos Madeira.

Participaram ainda da reunião representantes do Ministério Público Federal, da Advocacia Geral da União, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Funai, Força Nacional, Censipam, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema), entre outros.

Em dez anos, Arca das Letras implantou mais de dez mil bibliotecas rurais

Em 2003, chegavam às comunidades de Leitão da Carapuça, município de Afogados da Ingazeira (PE), e Retiro, em São José do Egito (PE), as primeiras bibliotecas rurais do Programa Arca das Letras. Nesta quarta e quinta-feira (dias 11 e 12), esses

municípios recebem, às 17h, evento em MDA ARCAcomemoração aos dez anos de trajetória e mais de dez mil arcas implantadas.

Para a coordenadora nacional do Arca das Letras, Dione Ferreira, implantar mais de 10 mil arcas em dez anos é algo simbólico. “Saber que durante esses anos foram implantadas bibliotecas em dez mil comunidades rurais é simbólico como o próprio nome”, afirma.

Quando uma das primeiras bibliotecas implantadas pelo programa chegou à Comunidade Leitão da Carapuça, tudo era novidade para os mais de 80 moradores de lá. Segundo a agente de leitura do local, Liliane da Silva Moura, 22 anos, grande parte da comunidade passou a frequentar a arca. “Tem muitos livros bons e gibis. O pessoal gosta muito da arca porque distrai, serve como lazer e ainda educa”, conta.

Em Leitão da Carapuça a arca cumpre um dos principais objetivos do programa, que é o de aproximar os moradores do campo dos livros e facilitar seu acesso a eles. “Eram poucas pessoas que tinham acesso aos livros e que sabiam ler. Eu achava que com a arca poderia ajudar muito essas pessoas e é isso que vem ocorrendo”, explica Liliane.

Desde que a arca chegou Liliane se encanta com ela. Foi com a primeira arca, aliás, que, há seis anos, a agente de leitura aprendeu o ofício que pratica voluntariamente. Mãe de uma filha de dois anos, ela conta que já coloca a menina perto dos livros para que ela cresça gostando da leitura. “Hoje em dia, se você não souber ler os caminhos são quase todos fechados. Então é importante esse contato com os livros desde cedo”, destaca.

Estratégia

O programa foi criado como uma estratégia para ampliar o acesso da população do meio rural aos livros e incentivar a leitura. Ao todo, o programa atende cerca de 1,5 milhão de famílias em aproximadamente 1,6 mil municípios. São mais de 10 mil bibliotecas e dois milhões de livros administrados por mais de 17 mil agentes de leitura voluntários e formados para incentivar a leitura no meio rural.
As arcas são espaços privilegiados e plenamente abertos à comunidade. Conforme Dione, normalmente as crianças são as mais entusiasmadas com a chegada da arca. “Ficamos muito felizes, porque sabemos que quanto mais cedo se começar a ler, maiores são as chances de se tornar um leitor assíduo. E é muito importante esse hábito da leitura começar desde pequeno. A leitura deve ser estimulada em ambiente familiar”, afirma.

Comunidades interessadas em receber bibliotecas do programa Arca das Letras devem entrar em contato pelo telefone (61) 2020-0203.

Juscelino Kubitschek foi assassinado, conclui a Comissão da Verdade de SP

O órgão municipal apresentará documento com indícios de que ex-presidente foi alvo de uma conspiração, e não morto em acidente de carro

A Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, da cidade de São Paulo, vai divulgar na terça-feira 10 um documento com evidências de que o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi assassinado durante viagem de carro na rodovia Presidente Dutra, e não morto em um acidente, como registra a história oficial.

O relatório reúne 90 indícios, “evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos” que concluem que o ex-presidente foi alvo de um complô em 22 de agosto de 1976. Segundo a versão oficial, JK, que tentava articular a volta da democracia ao País, morreu em um acidente com um Opala na estrada.

“Não temos dúvida de que Juscelino Kubitschek foi vítiJoma de conspiração, complô e atentado político”, afirma o vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão Municipal da Verdade.

As circunstâncias da morte do presidente são investigadas pelo órgão municipal, que busca ajudar a Comissão Nacional da Verdade para esclarecer o caso. Em agosto, Serafim Melo Jardim, secretário particular do ex-presidente nos seus últimos nove anos de vida, afirmou à comissão ter certeza de que JK vinha sendo vigiado. “Eu acompanhei o presidente desde que voltou do exílio. Sempre que viajávamos ele dizia: ‘Estão querendo me matar’.”

Outro ponto levantado pela comissão na época foi a falta de radiografia no corpo do motorista Geraldo Ribeiro, apesar do fragmento metálico de sete milímetros em seu crânio, que seria um grave indício de arma de fogo. As fotos dos corpos teriam sido retiradas do processo a mando de Francisco Gil Castello Branco, ex-diretor do Departamento Técnico-Científico da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro à época.

O esforço de JK para o retorno democrático no Brasil nos anos 1970 era motivo de preocupação para os agentes da Operação Condor, aliança político-militar entre as ditaduras do Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai.

Em uma carta enviada no dia 28 de agosto de 1975 para João Baptista Figueiredo, o chefe do serviço de inteligência de Augusto Pinochet, coronel Manuel Contreras Sepulveda, se diz preocupado com a possível vitória de Jimmy Carter nos EUA e o apoio a políticos de oposição à ditadura na região, como o chileno Orlando Letelier e o próprio JK.

Segundo ele, os líderes “poderiam influenciar seriamente a estabilidade do Cone Sul”. No ano seguinte ao envio da correspondência, JK morria em agosto, e Letelier, em setembro.

Dilma e 4 ex-presidentes embarcam para funeral de Mandela

A presidente Dilma Rousseff embarcou na tarde desta segunda-feira para a África do Sul, onde acompanhará o funeral do ex-presidente Nelson Mandela, que morreu na última quinta-feira. Dilma participou no Rio do encontro da Clinton Global Iniciative (CGI), no Copacabana Palace. Na cerimônia, Dilma prestará um tributo especial ao líder africano, assim como o presidente americano, Barack Obama, e o cubano, Raúl Castro.

Depois de um encontro privado com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, presidente e fundador da CGI, Dilma seguiu, acompanhada do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para a base aérea do Galeão, onde já a esperavam os também ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor e José Sarney. Todos embarcaram rumo à Àfrica do Sul.

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Morre Nelson Mandela, ícone da luta pela igualdade racial

Presidente da África do Sul entre 1994 e 1999, ele tinha 95 anos.
Ele liderou transição que encerrou a política do apartheid em seu país.

O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Pretória, nesta quinta-feira (5), anunciou o atual presidente do país, Jacob Zuma.

Mandela ficou internado de junho a setembro devido a uma infecção pulmonar. Ele deixou o hospital e estava em casa. Morreu às 20h50, no horário local de Pretória – 16h50 do horário brasileiro de verão.

TEMPO REAL: Acompanhe a repercussão da morte de Mandela

“Ele partiu, se foi pacificamente na companhia de sua família”, afirmou o presidente Zuma. “Ele descansou, agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai.” O funeral de Mandela deve durar 12 dias.

O corpo será enterrado, de acordo com seus desejos, na aldeia de Qunu, localizada na província pobre do Cabo Leste, onde Mandela cresceu. Os restos mortais de três de seus filhos foram sepultados no mesmo lugar, em julho, após ordem judicial.

Conhecido como “Madiba” na África do Sul, Mandela foi considerado um dos maiores heróis da luta dos negros pela igualdade de direitos no país e foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993.