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‘Uma soberania jamais se firma em detrimento de outra’, diz Dilma sobre espionagem

Na abertura da 68ª Assembleia Geral presidenta ressaltou que interceptações ferem o direito internacional e são “afronta” aos princípios que regem relações bilaterais

Ao discursar na abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff condenou as práticas de espionagem por parte do governo americano, das quais o Brasil foi alvo, ao dizer que a soberania dos Estados Unidos não pode se sobrepor a de outros países. “Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança de cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos e fundamentais dos cidadãos de outro país”, afirmou.

Logo no início da fala de aproximadamente 23 minutos, a presidenta lembrou como as recentes revelações de espionagem provocaram repúdio da opinião pública mundial. “No Brasil, a situação foi ainda mais grave, pois aparecemos como alvo dessa intrusão”, disse. “Dados de cidadãos foram indiscriminadamente objeto de interceptação.”

Ao condenar a espionagem de dados estratégicos de empresas como a Petrobras, Dilma observou que “não se sustentam argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo”. “O Brasil sabe proteger-se. O Brasil, senhor presidente, repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas”, enfatizou ao presidente da assembleia John W. Ashe, de Antígua e Barbuda.

A presidenta lembrou também que não apenas dados do governo brasileiro e de empresas foram espionados, mas também os de representações diplomáticas brasileiras, como a missão permanente junto às Nações Unidas. Segundo Dilma, tais interceptações ferem o direito internacional e são uma “afronta” aos princípios que devem reger as relações entre nações amigas. “Governos e sociedades amigas, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é nosso caso, não podem permitir que ações ilegais recorrentes tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis.”

Ao prometer dobrar os esforços contra práticas de espionagem, Dilma disse que o Brasil buscará “legislação, tecnologia e mecanismo” que protejam o Brasil e seus cidadãos de interceptações ilegais de comunicações e dados.

“Como tantos outros latino-americanos lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender de modo intransigente o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania de meu País”, sublinhou. “Meu governo fará tudo o que estiver a seu alcance para defender os direitos humanos de todos os brasileiros e cidadãos do mundo e proteger os frutos da engenhosidade das empresas brasileiras.”

Campo de batalha. Mais do que trazer consequências danosas ao relacionamento bilateral entre EUA e Brasil, as revelações de espionagem por parte do governo americano afeta a comunidade internacional e exige resposta dela. “As tecnologias de telecomunicação e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados. Esse é o momento de criarmos condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestrutura de outros países.”

Dilma pediu, por fim, para a ONU desempenhar um papel de liderança a fim de “regular o comportamento dos Estados frente a novas tecnologias. “Por essa razão, o Brasil apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet, e de medidas que garantam a segurança dos dados que por ela trafegam.”

Merkel no trono europeu

Vencedora das legislativas alemãs, a chanceler admiradora da déspota Catarina II terá de formar uma coalizão com os social-democratas.

Numerosos líderes mundiais orgulham-se de imagens de Napoleão Bonaparte nos seus escritórios. Não é o caso da chanceler alemã Angela Merkel. Aqueles que já visitaram seu escritório falam de um retrato bem exposto de Catarina II, a Grande. A imperatriz do século XVIII era russa, mas de origem alemã. Qualquer que seja o caso, essa veneração por Napoleão ou Catarina, a Grande, refletem o desejo de seus poderosos admiradores a emular, a seu modo, é óbvio, os feitos de seus heróis.

Fotografada com um carrinho de supermercado recentemente, Merkel, oriunda da ex-República Democrática Alemã (RDA), tem 59 anos, é divorciada e não tem filhos. Uma mulher, em miúdos, modesta. No entanto, ela é tão ambiciosa quanto qualquer grandioso admirador de Napoleão. Além disso, Merkel, protégé de Helmut Kohl, o pai da unificação alemã após a queda do muro de Berlim, já entrou para a história. Seu maior trunfo foi a terceira vitória consecutiva como chanceler nas legislativas de domingo 22, algo inédito desde 1957. Isso sem levar em conta o fato de ela ser a primeira chanceler mulher da Alemanha, e, vale sublinhar, nascida e criada na ex-RDA.

Não é por nada que na Alemanha chamam Merkel de Angela, a Grande.

Na verdade, até os paralelepípedos da bela Dresden (para continuarmos na ex-RDA) sabiam que Merkel levaria o pleito. Motivos não escasseiam. Motor econômico da Europa com suas sólidas fábricas e bancos, a sofisticada agricultura alemã é no mínimo invejável. A previsão de crescimento para este ano é de 4%, mas pelo menos a Alemanha escapou da recessão e da crise econômica a assolar o resto do continente. O nível de desemprego é de 5,4%, ante uma média de 10,9% no resto da Europa. E Angela, a Grande, angariou muitos votos ao se posicionar como protetora dos interesses alemães durante a crise econômica na União Europeia (UE).

Por essas e outras, sua União Democrata-Cristã (CDU) e a eterna aliada União-Social Cristã (CSU) obtiveram 41,5% das cadeiras no Bundestag (o congresso alemão). No entanto, o CDU e o CSU não alcançaram a maioria absoluta e terão de formar uma grande coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD). A agremiação esquerdista ficou em segundo lugar com 26% dos votos.

O Partido Democrático Liberal (FDP), ex-integrantes da coalizão de centro-direita juntamente com o CDU/CSU desde o último escrutínio em 2009, teria sido a melhor opção para Merkel. No entanto, não conseguiu levar o mínimo requerido de 5%. Eis uma surpresa. Por sua vez, o Partido Verde, com 8,4% dos votos, não é apreciado por Merkel, visto que a inclinações ideológicas da agremiação diferem daquelas da chanceler. Idem em relação ao Partido de Esquerda (Die Linke), considerado demasiado radical até pelo SPD.

Mesmo assim, as negociações entre o CDU/CSU e o SPD não serão um passeio no parque. Por exemplo, as maiores contendas entre o SPD e o CDU são a criação de um salário mínimo (inferior para os conservadores, é óbvio), e os impostos.

Mais: o SPD é mais alerta em relação a questões como a crescente desigualdade social e uma expansão a nível nacional da extrema-direita. Ademais, o SPD já fez parte de uma grande coalizão com os conservadores de 2005 a 2009. Devido a planos de austeridade implementados durante aquele período, a social-democracia perdeu numerosos eleitores. Peer Steinbrueck, líder do SPD e ex-ministro de Finanças de Merkel, disse alto e claro que não fará parte do novo governo.

Existem, ainda, divergências sobre a União Europeia. Para o SPD, Merkel deveria ser mais solidária com países como a Grécia. No entanto, líderes nas capitais europeias sabem que Merkel faz um discurso favorável à ortodoxia econômica para tirar a UE da crise, mas soube recuar quando percebeu o impacto que teria, por exemplo, uma saída da Grécia do bloco econômico.

No entanto, a questão que todos se colocam agora é esta: o que fará Merkel, no seu terceiro e último mandato em relação a UE? Optará por mais programas de austeridade, ou será mais flexível e por tabela favorável à promoção de mais crescimento no Velho Continente?

Há quem diga que a presença do SPD na grande coalizão colocará a Alemanha em sintonia com países como a França, presidida pelo socialista François Hollande.

Total destinado aos municípios maranhenses até agosto de 2013

Fonte: blog luis Cardoso

Veja abaixo quanto cada município do Maranhão recebeu de recursos federais de janeiro até 31 de agosto deste ano. O total até agora foi de  R$ 5.155.809.588,26

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Assentamento em Mirinzal/MA receberá Unidade de Educação Profissional

O projeto de assentamento Conceição, no município de Mirinzal-MA, vai abrigar a primeira Unidade de Educação Profissional (UEP) da Região da Baixada Ocidental Maranhense. Para isso foi necessário uma parceria entre a Superintendência Regional do Incra no Maranhão, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifma) e a Prefeitura, que culminou com a assinatura, no dia 16 de agosto, de um Contrato de Cessão de Uso entre o Incra e o Ifma.

Por esse Contrato o Incra-MA cede uma área de cinco hectares no assentamento Conceição para que o Ifma proceda a instalação da Unidade, a qual vai atender jovens de nove municípios da Região. A estimativa é de que nos próximos quatro anos a UEP esteja atendendo 800 alunos, pertencentes aos municípios de Mirinzal, Cururupu, Guimarães, Central do Maranhão, Cedral, Porto Rico do Maranhão, Serrano do Maranhão, Apicum-Açu e Bacuri.

De acordo com o superintendente do Incra-MA, José Inácio Rodrigues, a UEP proporcionará aos jovens o acesso à educação técnica e tecnológica, voltada para a realidade local, além de fixá-los em seus municípios sem que eles tenham que sair para estudar em outras Regiões. “Essa Unidade vai garantir não só aos assentados, mas a centenas de outros jovens e adultos, uma ampla melhoria na qualidade do ensino, assegurando-lhes um futuro mais promissor”, afirmou.

Para instalação da UEP o Ifma tomou algumas providências, entre elas, a sondagem do terreno, o levantamento planialtimétrico da área, a licença ambiental, que são atividades necessárias para abertura do processo licitatório, que contratará empresa para a construção da Unidade.

Segundo o Reitor do Ifma, Roberto Brandão, a cidade de Mirinzal foi escolhida para instalação da UEP devido a sua localização, por se constituir um eixo rodoviário na área e estar muito próximo dos outros municípios. Ele falou ainda da importância da obra para a localidade: “Essa Unidade trará melhoria na qualificação profissional com reflexo na prestação de serviços e, consequentemente, na geração de trabalho e renda, com repercussões positivas em toda a Região”.

Para o Prefeito de Mirinzal, Amaury Santos Almeida, essa é a maior obra da Região. “Não tem um investimento melhor do que esse na Baixada. Solicitamos a área para a instalação da Unidade e o Incra-MA prontamente cedeu”, afirmou. A contrapartida da Prefeitura envolverá, a princípio, a parte de infraestrutura básica para funcionamento da UEP, como instalação de rede elétrica, rede de água, transportes, entre outros.

De acordo com informações do diretor de Desenvolvimento Institucional do Ifma, Agenor Almeida Filho, a Unidade de Educação Profissional a ser instalada em Mirinzal trata-se de um “modelo reduzido” da configuração Campus. Atualmente estão autorizadas também as UEP’s de Porto Franco e Carolina-MA. A UEP/Mirinzal, está em processo e os recursos estão assegurados no orçamento do instituto. A Unidade terá várias dependências, entre elas, oito salas de aula, quatro laboratórios, Auditório, Biblioteca, Setor Administrativo, Setor Pedagógico e Quadra Poliesportiva.

STF e Justiça Federal indeferem liminares contra o programa Mais Médicos

Decisão da Justiça Federal afirma que atendimento à população carente deve ter primazia sobre os demais interesses

O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Justiça Federal indeferiram dois pedidos de liminares contra o programa Mais Médicos. O ministro do STF Marco Aurélio negou o pedido impetrado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para suspender a eficácia da Medida Provisória 621/2013, que criou o programa. Já o juiz titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, João Batista Ribeiro, recusou o pedido do Conselho Federal de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) para que não fosse obrigado a efetuar a inscrição dos médicos estrangeiros. O magistrado determinou que as entidades médicas devem conceder registro provisório aos profissionais com formação no exterior que se inscreveram no projeto.

Além destas duas decisões, o Ministério da Saúde e a Advocacia-Geral da União (AGU) já obtiveram outras decisões favoráveis na Justiça sobre o Mais Médicos. A AGU derrubou ações em Pernambuco, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina, rebatendo as alegações dos sindicatos de médicos locais, conselhos regionais de medicina e entidades de classe nacionais que pretendiam suspender o programa.

Para o ministro do STF, a matéria deve ser analisada pelo Plenário do Supremo. A Justiça Federal, por sua vez, afirmou que o programa Mais Médicos configura, “sem qualquer sombra de dúvida, política pública de saúde da maior relevância social de sorte que o bem da vida, que está sob perigo real e concreto, deve ter primazia sobre todos os demais interesses juridicamente tutelados”. E complementa: “A população carente e marginalizada poderá dispor, pela primeira vez, de assistência médica, nos mais variados rincões do País, podendo prolongar suas expectativas de vida”.

Segundo a decisão da Justiça Federal, negar o registro provisório aos médicos do programa “causaria à Administração o perigo da demora inverso, sob o aspecto de deixar ao desamparo cidadãos hipossuficientes das camadas mais pobres de nossa sociedade”.

Para questionar a inscrição dos médicos estrangeiros que participam do programa sem a revalidação dos diplomas, o CRMMG contestou a capacidade técnica para o exercício da atividade médica desses profissionais. No entanto, para o juiz da 5ª Vara Federal de Minas Gerais, o conselho, ao decidir pela não admissão do registro temporário, está “visando a preservação de uma reserva de mercado aos médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidados no País, em que as vítimas, lamentavelmente, são os doentes e usuários dos órgãos do sistema público de saúde”.

A Medida Provisória que institui o programa não prevê a aplicação do Revalida aos médicos estrangeiros exatamente para garantir que os profissionais não vão concorrer livremente no mercado de trabalho com os médicos brasileiros, pois terão sua área de atuação e período delimitados pelo Ministério da Saúde.

O despacho salienta que a MP determinou que os médicos brasileiros terão prioridade na escolha das vagas e somente aquelas que não forem preenchidas por profissionais formados em instituições brasileiras é que serão oferecidas aos estrangeiros.

AVALIAÇÃO – Todos os médicos estrangeiros inscritos no Mais Médicos participam do módulo de acolhimento de três semanas, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa, totalizando carga horária de 120 horas. Após aprovação nesta etapa, os médicos com diplomas do exterior receberão um registro profissional provisório, com autorização especial para trabalhar por três anos exclusivamente nos serviços de atenção básica e nas regiões onde serão alocados pelo programa.

PROGRAMA – Lançado pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 8 de julho, o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.

O Governo Federal está investindo, até 2014, R$ 15 bilhões na expansão e na melhoria da rede pública de saúde de todo o Brasil. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 16 mil unidades básicas. Outros R$ 5,5 bilhões serão usados na construção, reforma e ampliação desses estabelecimentos de saúde, além de R$ 2 bilhões para 14 hospitais universitários.