Postagens na categoria: Eleições 2014

Especialistas apostam que Marina e Campos vão se desentender

ex-senadora e presidente do PSB vão entrar em conflito na hora de decidir quem vai disputar as eleições de 2014 como cabeça de chapa

BRASÍLIA — Os petistas voltaram segunda-feira a Brasília com um discurso pronto sobre o impacto da aliança de Marina Silva (Rede) com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos(PSB): todos perderam com esse arranjo político, menos a presidente Dilma Rousseff, que ainda pode se eleger no primeiro turno. Em reuniões com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ou em discursos no plenário, os petistas reclamaram do discurso de Marina, que anunciou guerra ao PT e ao “chavismo”, e ainda apostam em um desentendimento entre a ex-ministra e Eduardo Campos no início do ano que vem, quando devem definir quem será cabeça de chapa nas eleições de 2014.

— A esperteza, quando é demais, come o dono. O Eduardo Campos agora tem em casa uma pessoa com 25% das intenções de voto e que fala com a sociedade e não com as lideranças partidárias — reagiu um dirigente petista.

Pego de surpresa com a decisão de Marina de se filiar ao PSB, o PT aguarda as pesquisas de intenção de voto para ver o impacto da aliança no eleitorado. Integrante do Diretório Nacional e um quadro histórico da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha, o Rochinha, foi na linha de ataque a Eduardo Campos, tentando vincular a imagem do ex-aliado ao falecido senador Antônio Carlos Magalhães, apelidado de “Toninho Malvadeza”.

“Digamos que os institutos de pesquisa continuem aferindo a posição da ‘ex-candidata’ na disputa eleitoral, e ela venha a superar o candidato Dudu Malvadeza nessas aferições. Conhecendo a Marina e o Dudu Malvadeza, tenho certeza de que a história registrará um verdadeiro angu de caroço dentro do PSB”, escreveu Rochinha em seu blog.

O ex-líder do PT no Senado Humberto Costa (PT-PE) avalia que a grande ganhadora dessa reviravolta é a presidente Dilma, que ainda pode ganhar no primeiro turno, já que, os votos de opinião de Marina, a ex-senadora não os leva com ela.

— Houve dois grandes perdedores. Marina perde o discurso de modernidade, porque resolveu da forma mais tradicional possível. Aécio Neves (PSDB-MG) perde porque a disputa vai ficar polarizada entre Dilma e Eduardo Campos, que, momentaneamente, ganhou espaço na mídia que não tinha — disse Humberto Costa.

O também pernambucano Fernando Ferro (PT) foi à tribuna numa reação aos discurso de Marina Silva, que disse ter sido vítima de chavismo, referindo-se ao alto índice de rejeição de assinaturas de apoio à criação da Rede Sustentabilidade em cartórios do ABC paulista, reduto do PT.

— Esse discurso do chavismo petista é conservador, usado pela velha direita, parece que a Marina está com raiva do PT. Mas a decisão de ir para o PSB foi uma jogada política competente, uma novidade positiva. Uma chapa a mais no campo progressista levará o PT a refinar seu discurso e inovar também, sem ficar apenas no discurso econômico — discursou Ferro.

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também reagiu às críticas de Marina:

— A ex- senadora Marina falar mal do chavismo é um tiro no pé, pela trajetória dela, pela trajetória da esquerda brasileira. A esquerda brasileira sempre teve profunda identificação ideológica com Chávez, com o chavismo na Venezuela. De repente se muda tudo? É o caminho da direita — afirmou.

Os socialistas não escondem a euforia. Líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF) discorda:

— É um candidato a menos, mas cria um fato político que não é meramente aritmético. O efeito político é muito maior do que a própria soma e tem um alcance muito amplo. No sábado, depois do anúncio da aliança, só em Brasília houve mais de 100 filiações de pessoas que se animaram com a notícia. O governo vai ter uma estratégia de alimentar na mídia uma dúvida sobre quem vai ser o candidato do PSB, mas isso não vai acontecer. A Marina tomou uma posição consciente e com diferenças essenciais em relação à política tradicional. Nós temos tranquilidade absoluta, porque o entendimento foi feito diretamente com ela — disse Rollemberg, reafirmando o acerto para Marina ser vice, e não cabeça de chapa.

O PT pretende explorar a filiação ao PSB de políticos egressos do DEM, como o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e Paulo Bornhausen (SC), para tentar desgastar a ex-ministra Marina Silva. A suposta contradição de Marina foi levantada pelo presidente do PT, Rui Falcão, em reunião na noite desta segunda-feira com senadores do partido.

Falcão também afirmou, de acordo com senadores presentes, que a chapa do PSB ainda está em aberto e que se Marina continuar em vantagem nas pesquisas de intenção de voto, ela deverá ser a candidata à Presidência da República, e não o governador Eduardo Campos (PE). De acordo com pesquisa Datafolha concluída no início de agosto, Marina estava em segundo lugar, com 26%, e Campos em quarto, com 8%.

— No PSB tem entrado pessoas como o Heráclito Fortes e o Bornhausen. Isso dificulta a história que a Marina construiu dentro do PT – disse um senador petista, ao relatar a análise de conjuntura feita pelo presidente do partido.

TSE barra criação do partido de Marina Silva

Principal candidata da oposição ao governo Dilma Rousseff de acordo com as últimas pesquisas, a ex-senadora Marina Silva viu o pedido de registro da sua Rede Sustentabilidade ser rejeitado na noite desta quinta-feira (3) pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Por 6 votos a 1, o tribunal entendeu que o partido não conseguiu obter o respaldo popular exigido em lei, que é de pelo menos 492 mil eleitores –faltaram quase 50 mil assinaturas de apoio.

“Não vejo como contornar a exigência da lei. Em que pese todo o calor social e o desejo dos homens mais éticos desse país, ainda estamos presos à lei”, disse o ministro João Otávio Noronha.

Para atingir o número mínimo de assinaturas, a Rede pedia que o TSE tornasse válido um lote de quase 100 mil assinaturas que haviam sido rejeitadas pelos cartórios eleitorais de forma injustificada, segundo o partido. A relatora, Laurita Vaz, negou esse pedido sob o argumento de que é “inconcebível com o ordenamento jurídico a validação [das assinaturas] por mera presunção”.

Além deles, votaram contra Henrique Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello, e a presidente do tribunal, Cármen Lúcia.

A favor da Rede, ficou apenas Gilmar Mendes. “Estamos diante de um momento histórico. É preciso dizer às pessoas o que está por trás desse processo. (…) Houve uma situação de abuso que justifica sim o reconhecimento dessa assinaturas”, disse Gilmar. Cármen Lúcia, a última a votar, defendeu o trabalho dos cartórios e disse que não poderia haver tratamento diferenciado à Rede, já que dos partidos anteriores havia sido exigido o mesmo apoio.

A decisão representa um duro golpe nas pretensões de Marina Silva de disputar pela segunda vez o Palácio do Planalto –há exatos três anos ela saía das urnas como a terceira maior força política nacional, tendo obtido na ocasião 19,6 milhões de votos para a Presidência da República.

Caso mantenha a intenção de se manter na disputa, Marina terá que se filiar entre essa sexta e o sábado a uma outra legenda –o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional) e o PPS são cogitados–, hipótese que ela sempre se negou a comentar e que destoa de suas frequentes declarações de que a criação da Rede Sustentabilidade representava um amplo “projeto de país”, não um mero empreendimento eleitoral.

Vence no sábado o prazo para que os partidos existentes filiem os candidatos às eleições de 2014.

A ex-senadora compareceu à sessão do TSE acompanhada de vários políticos e aliados que participaram da tentativa de montagem da Rede. Na entrada, ela manifestava que estava bastante esperançosa na aprovação de seu partido.

ASSINATURAS

As assinaturas de apoio à agremiação começaram a ser recolhidas em fevereiro, mas a Rede afirma ter encontrado uma série de dificuldades nos cartórios eleitorais, que são responsáveis por checar se os dados recolhidos conferem com aqueles que constam do banco de dados eleitoral.

A Rede diz ter recolhido mais de 900 mil apoios e, após triagem interna, encaminhou mais de 600 mil aos cartórios –mas só 442,4 mil nomes, quase 50 mil a menos do que os 492 mil exigidos, foram validados.

Com isso, os advogados de Marina pediram ao TSE que, em uma decisão inédita, considerasse válidas 98 mil assinaturas rejeitadas pelos cartórios sem que eles tivessem divulgado o motivo da recusa. Segundo a Rede, a não justificação pública da recusa é ilegal, tese que foi derrotada pelo plenário do TSE.

Troca de partido no Congresso movimenta 19 deputados e 1 senador

Dezenove deputados federais trocaram de partido no último mês, segundo balanço parcial da Câmara dos Deputados atualizado até a manhã desta quarta-feira (2). O prazo para mudar de sigla a tempo de disputar o pleito de 2014 termina neste sábado (5), um ano antes das eleições do ano que vem.

VEJA QUAIS DEPUTADOS MUDARAM DE PARTIDO

Deputado (Estado) Partido antigo Partido novo
Almeida Lima (SE) PPS PMDB
Urzeni Rocha (RR) PSDB PSD
Magda Moffato (GO) PTB PR
Alexandre Toledo (AL) PSDB sem partido
Betinho Rosado (RN) DEM PP
Vilalba (PE) PRB PP
Givaldo Carimbão (AL) PSB Pros
Paulinho da Força (SP) PDT SDD
Augusto Coutinho (PE) DEM SDD
Sebastião Bala Rocha (AP) PDT SDD
João Dado (SP) PDT SDD
Augusto Carvalho (DF) PPS SDD
Marcelo Aguiar (SP) PSD DEM
Luiz Pitiman (DF) PMDB PSDB
Benjamin Maranhão (PB) PMDB SDD
Armando Vergilio (GO) PSD SDD
Marcos Medrado (BA) PDT SDD
Wladimir Costa (PA) PMDB SDD
Laércio Oliveira (SE) PR SDD
  • Fonte: Coordenação de Registro de Comissões Movimentação Parlamentar da Câmara dos Deputados

Pouco mais da metade desses parlamentares migrou para o recém-fundado Solidariedade, incluindo o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), que irá liderar a sigla por ele recém-criada. Antes, ele estava no PDT.

Entre os que acompanharam Paulinho na migração para a nova legenda estão: Augusto Agostinho (ex-DEM-PE); Sebastião Bala Rocha (ex-PDT-AP); João Dado (ex-PDT-SP); Augusto Carvalho (ex-PPS-DF); Benjamin Maranhão (ex-PMDB-PB); Armando Vergílio (ex-PSD-GO); Marcos Medrado (PDT-BA); Wladimir Costa (ex-PMDB-PA); e Laercio Oliveira (ex-PR-SE).

O Pros (Partido Republicano da Ordem Social), também aprovado na semana passada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), abarcou um parlamentar: Givaldo Carimbão (ex-PSB-AL).

As demais trocas envolvem os seguintes parlamentares: Urzeni Rocha (RR), que saiu do PSDB rumo ao PSD; Magda Mofatto (GO), que deixou o PTB em direção ao PR; Betinho Rosado (RN), que trocou o DEM pelo PP; Vilalba (PE), que foi do PRB para o PP; Marcelo Aguiar (SP), que saiu do PSD para o DEM; Luiz Pitiman (DF), que saiu do PMDB para o PSDB; e Almeida Lima, que passou do PPS para o PMDB.

Dos 19, um deles, o deputado Alexandre Toledo, de Alagoas, chegou a comunicar a desfiliação do seu partido de origem, o PSDB, mas ainda não informou a Casa sobre o novo destino.

No Senado, apenas um parlamentar comunicou à Mesa Diretora da sua mudança de filiação: foi o caso do senador Vicentinho Alves (TO), que saiu do PR e foi para o Solidariedade.

Nesta quinta-feira (3), o TSE julga o pedido de registro da Rede, da ex-senadora Marina Silva. Caso o partido se concretize, alguns deputados já anunciaram que devem aderir.

Dilma sobe a 38% e Marina cai para 16%, diz pesquisa Ibope

Presidente abre vantagem de 22 pontos sobre a ex-senadora, segunda colocada no levantamento

A presidente Dilma Rousseff subiu oito pontos em dois meses e passou de 30% para 38% nas intenções de voto, segundo pesquisa Ibope, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, divulgada nesta quinta-feira (26). A ex-senadora Marina Silva teve queda de 22% para 16%. Com isso, Dilma abre vantagem de 22 pontos sobre a segunda colocada.

O cenário inclui o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que oscilou de 13% para 11%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que passou de 5% para 4%. Brancos e nulos somam 15% e 16% não souberam responder. Em um cenário com José Serra, pouco muda para Dilma e o tucano aparece com 12% das intenções de voto.

Em março, a presidente chegou a 58% das intenções de voto e despencou para 30% em julho após as manifestações. Agora, Dilma recupera parte do eleitorado que perdeu.

A pesquisa foi feita entre os dias 12 e 16 de setembro, em todas as regiões o Brasil. Foram entrevistados 2.002 eleitores e a margem de erro máxima é de 2 pontos para mais ou para menos.

Saída de Eduardo Campos do governo Dilma irá custar ao partido 40 prefeitos, mais de 200 vereadores, 10 deputados estaduais e quatro deputados federais no Ceará

Cid Gomes, governador do Ceará

O grupo do PSB do Ceará, ligado ao governador Cid Gomes e formado por 40 prefeitos, mais de 200 vereadores, 10 deputados estaduais e quatro deputados federais, anunciou nesta quarta-feira (25) a saída da legenda, após a reunião extraordinária da Executiva Nacional do partido.

Após duas horas de reunião da Executiva Estadual com portas fechadas, na frente da sede do PSB do Ceará, o presidente da legenda no Estado, governador Cid Gomes recebeu uma ligação telefônica pelo celular da senadora Lidice da Matta (PSB-BA). A conversa foi presenciada pelos jornalistas e Cid esbravejou.

Afirmou que o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, pediu-lhe para sair “da pior maneira possível”. Cid se referia à ligação que Campos fez ontem para o seu principal opositor na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), convidando-o para ingressar no PSB.

Cid recebeu a solidariedade de Da Matta e prometeu deixar o partido ainda hoje. “Ele não só pede assim para eu sair do partido como pede para eu sair da pior maneira possível”, repetiu para a senadora, Cid Gomes, referindo-se a Campos.

A decisão será formalizada ao partido pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque, e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Os dois devem se juntar ao secretário cearense Ciro Gomes em Brasília.

Com Agência Estado

Após duas horas de reunião da Executiva Estadual com portas fechadas, na frente da sede do PSB do Ceará, o presidente da legenda no Estado, governador Cid Gomes recebeu uma ligação telefônica pelo celular da senadora Lidice da Matta (PSB-BA). A conversa foi presenciada pelos jornalistas e Cid esbravejou.

Afirmou que o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, pediu-lhe para sair “da pior maneira possível”. Cid se referia à ligação que Campos fez ontem para o seu principal opositor na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT), convidando-o para ingressar no PSB.

Cid recebeu a solidariedade de Da Matta e prometeu deixar o partido ainda hoje. “Ele não só pede assim para eu sair do partido como pede para eu sair da pior maneira possível”, repetiu para a senadora, Cid Gomes, referindo-se a Campos.

A decisão será formalizada ao partido pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque, e pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio. Os dois devem se juntar ao secretário cearense Ciro Gomes em Brasília.

Com Agência Estado