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Procurador Pede 22 anos de Cadeia para Eduardo Azeredo

O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, acatou denúncia feita pelo ex-Procurador Antonio Fernando, e em suas alegações finais, entregues nesta sexta-feira à tarde, recomendou que o deputado Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, cumpra uma pena de 22 anos de cadeia e pague uma multa de R$ 404.950,00. Este valor será atualizado pelo Tribunal de Justiça corrigido pela inflação.

A condenação de Azeredo, réu no chamado mensalão tucano, é pedida pelos crimes continuados de peculato e de lavagem de dinheiro. Janot partiu de penas médias, acrescidas de agravantes para chegar aos número de anos de cadeia e ao valor da multa. Ao propor uma pena, o Procurador segue a linha que adotou desde que assumiu o cargo.

Suas alegações têm 84 páginas e no item 173 ele rebate a defesa de Azeredo, e também dos réus do chamado Mensalão petista, de que o dinheiro obtido não foi para enriquecimento pessoal mas para financiar campanhas eleitorais. Janot afirma que se trata de “subversão do sistema político-eleitoral” e que fere a paridade no financiamento das despesas entre candidatos. “Usando a máquina administrativa em seu favor de forma criminosa e causando um desequilíbrio econômico financeiro entre os demais concorrentes ao cargo de Governador de Minas Gerais em 1998”, registra o texto.

O relator do processo no STF, o ministro Roberto Barroso, pretende apresentar seu voto em 30 dias, após cumprido o prazo para a defesa de Azeredo. A expectativa é que Barroso notifique os advogados do deputado segunda-feira, dia 10. Com isso, a ação volta para suas mãos dia 24, já que o prazo é de 15 dias. Até o fim de março, Barroso deve encaminhar o processo ao ministro-revisor do processo, Celso de Mello.

O ex-procurador Antonio Fernando denunciou 15 pessoas por peculato e lavagem de dinheiro, no mensalão tucano, entre eles, Azeredo. A denúncia foi aceita pelo STF em agosto de 2007.  Segundo as investigações, o esquema foi o embrião para o mensalão do PT e envolve o já condenado publicitário Marcos Valério. Eram feitos empréstimos fictícios no Banco Rural, e o dinheiro utilizado para financiar a campanha pela reeleição de Azeredo ao governo de Minas Gerais, em 1998.

Em 3 de dezembro de 2009, por cinco votos a três, o plenário do STF decidiu abrir ação penal contra Azeredo e torná-lo réu por envolvimento no esquema.