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‘Washington é o candidato mais competitivo’, afirma Roseana

A governadora Roseana Sarney (PMDB) reafirmou ontem sua confiança na candidatura do vice-governador Washington Luiz (PT) a prefeito de São Luís. “Ele vai crescer [nas pesquisas]. Estamos na fase da montagem da chapa e da coligação. Não tenho dúvidas de que Washington é o candidato mais competitivo”, frisou a governadora, durante visita às obras da Via Expressa e da Avenida Quarto Centenário, ontem pela manhã. Além de Roseana, o senador João Alberto de Souza (PMDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV) também reafirmaram o otimismo na candidatura do petista.
Ao falar do vice-governador, Roseana deixou claro que é ele o seu candidato a prefeito de São Luís. “Acredito somente na candidatura do Washington”, disse ela. Roseana reconheceu que o petista enfrentou dificuldades políticas para se viabilizar, mas ponderou que esta etapa já foi superada. “É claro que houve a dificuldade de se consolidar como candidato, e a própria divisão interna no PT contribuiu para impor dificuldades. Mas o candidato tem a força de um grupo político e de vários partidos. E será um candidato competitivo”, disse a governadora.
O senador João Alberto de Souza apontou como principal fator de viabilização de Washington a coligação, que reúne, além do PT e do PMDB, vários outros partidos com força na capital maranhense. “A coligação é forte. Definida a chapa, já no início da campanha ele se mostrará um candidato competitivo”, disse o senador.
Acompanhando o senador, o deputado estadual Roberto Costa, presidente municipal do PMDB, disse que nunca houve no grupo nenhuma dúvida em relação à candidatura do vice-governador. “Ele tem com ele os maiores partidos”, ressaltou.
Presidente regional do PV e líder do partido na Câmara Federal, o deputado federal Sarney Filho disse que a legenda já está definida no apoio ao candidato do PT. “Os diretórios municipais do PV têm autonomia para decidir os caminhos eleitorais. E aqui em São Luís já declarou apoio a Washington”, afirmou.
Para Sarney Filho, o baixo desempenho do candidato petista nas pesquisas ainda é sazonal, e tende a mudar à medida que o eleitorado for tomando conhecimento de sua candidatura. “Quando o eleitor começar a perceber que é Washington o único com apoio da presidente Dilma Rousseff [PT] e da governadora Roseana Sarney, saberá que ele é o melhor nome para São Luís”, justifica o deputado.
Seu argumento: “O povo sabe que não se faz uma obra como um Veículo Leve Sobre Trilhos apenas com imagens de televisão. Ele sabe que uma obra destas custa muito. E o único com possibilidade de buscar recursos no Governo do Estado e no governo federal é Washington”.
A convenção que vai homologar o nome de Washington Luiz está prevista para o fim deste mês. Seu vice deve mesmo sair do PMDB – entre o deputado Afonso Manoel e a ex-prefeita Conceição Andrade.

Números

11 é o número de partidos que devem compor a coligação de Washington
12 minutos é o tempo que a aliança deve ter no horário eleitoral

A força da Imagem do PT

Em artigo publicado na revista Carta Capital que circula esta semana, o sociólogo Marcos Coimbra traz os dados de uma pesquisa nacional feita recentemente pelo instituto Vox Populi, presidido por ele, em que 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Só que 80% das respostas se restringem a apenas três partidos: o PT, com 28% das respostas, o PMDB, com 6% e o PSDB com 5%. Os demais 26 partidos dividem os 20% restantes de simpatia.

 por Marcos Coimbra

Ao contrário do que se costuma pensar, o sistema partidário brasileiro tem um enraizamento social expressivo. Ao considerar nossas instituições políticas, pode-se até dizer que ele é muito significativo.

Em um país com democracia intermitente, baixo acesso à educação e onde a participação eleitoral é obrigatória, a proporção de cidadãos que se identificam com algum partido chega a ser surpreendente.

Se há, portanto, uma coisa que chama a atenção no Brasil não é a ausência, mas a presença de vínculos partidários no eleitorado.

Conforme mostram as pesquisas, metade dos eleitores tem algum vínculo.

Seria possível imaginar que essa taxa é consequência de termos um amplo e variado multipartidarismo, com 29 legendas registradas. Com um cardápio tão vasto, qualquer um poderia encontrar ao menos um partido com o qual concordar. Mas não é o que acontece. Pois, se o sistema partidário é disperso, as identificações são concentradas. Na verdade, fortemente concentradas.

O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de âmbito nacional sobre o tema. Deu o esperado: 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Mas 80% desses se restringiram a apenas três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 6%) e PSDB (com 5%). Olhado desse modo, o sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os restantes 26 partidos dividem os 20% que sobram. Temos a rigor apenas três partidos de expressão. Entre os três, um padrão semelhante. Sozinho, o PT representa quase 60% das identidades partidárias, o que faz com que todos os demais, incluindo os grandes, se apequenem perante ele.

Em resumo, 50% dos eleitores brasileiros não têm partido, 30% são petistas e 20% simpatizam com algum outro – e a metade desses é peemedebista ou tucana. Do primeiro para o segundo, a relação é de quase cinco vezes.

A proeminência do PT é ainda mais acentuada quando se pede ao entrevistado que diga se “simpatiza”, “antipatiza” ou se não tem um ou outro sentimento em relação ao partido. Entre “muita” e “alguma simpatia”, temos 51%. Outros 37% se dizem indiferentes. Ficam 11%, que antipatizam “alguma” coisa ou “muito” com ele.

Essa simpatia está presente mesmo entre os que se identificam com os demais partidos. É simpática ao PT a metade dos que se sentem próximos ao PMDB, um terço dos que gostam do PSDB e metade dos que simpatizam com os outros.
Se o partido é visto com bons olhos por proporções tão amplas, não espanta que seja avaliado positivamente pela maioria em diversos quesitos: 74% do total de entrevistados o consideram um partido “moderno” (ante 14% que o acham “ultrapassado”); 70% entendem que “tem compromisso com os pobres”(ante 14% que dizem que não); 66% afirmam que “busca atender ao interesse da maioria da população” (ante 15% que não acreditam nisso). Até em uma dimensão particularmente complicada seu desempenho é positivo: 56% dos entrevistados acham que “cumpre o que promete” (enquanto 23% dizem que não). Níveis de confiança como esses não são comuns em nosso sistema político.

Ao comparar os resultados dessa pesquisa com outras, percebe-se que a imagem do PT apresenta uma leve tendência de melhora nos últimos anos. No mínimo, de estabilidade. Entre 2008 e 2012, por exemplo, a proporção dos que dizem que o partido tem atuação “positiva na política brasileira” foi de 57% a 66%.

A avaliação de sua contribuição para o crescimento do País também se mantém elevada: em 2008, 63% dos entrevistados estavam de acordo com a frase “O PT ajuda o Brasil a crescer”, proporção que foi a 72% neste ano.

O sucesso de Lula e o bom começo de Dilma Rousseff são uma parte importante da explicação para esses números. Mas não seria correto interpretá-los como fruto exclusivo da atuação de ambos.

Nas suas três décadas de existência, o PT desenvolveu algo que inexistia em nossa cultura política e se diferenciou dos demais partidos da atualidade: formou laços sólidos com uma ampla parcela do eleitorado. O petismo tornou-se um fenômeno de massa.

Há, é certo, quem não goste dele – os 11% que antipatizam, entre os quais os 5% que desgostam muito. Mas não mudam o quadro.

Ao se considerar tudo que aconteceu ao partido e ao se levar em conta o tratamento sistematicamente negativo que recebe da chamada “grande imprensa”- demonstrado em pesquisas acadêmicas realizadas por instituições respeitadas – é um saldo muito bom.

É com essa imagem e a forte aprovação de suas principais lideranças que o PT se prepara para enfrentar os difíceis dias em que o coro da indústria de comunicação usará o julgamento do mensalão para desgastá-lo.

Conseguirá?

Fonte: http://www.itevaldo.com/