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PT pernambucano decide entregar cargos no governo Campos

Decisão acontece quase um mês depois do presidente do PSB anunciar saída do governo Dilma para investir em candidatura própria

Em reunião tumultuada, com mais de quatro horas de duração, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco decidiu entregar, imediatamente, todos os cargos que tem no governo de Eduardo Campos (PSB), virtual oponente da presidente Dilma Rousseff na corrida presidencial de 2014.

“Não foi uma reunião tranquila como esperávamos porque um grupo, que se retirou da reunião, discordou do procedimento da discussão”, lamentou o deputado. Segundo ele, os dissidentes defenderam a realização de mais discussões sobre o tema e que a decisão fosse levada para uma comissão, com um número menor de pessoas. Mas como a reunião já estava em andamento no diretório, explicou Eugênio, a maioria decidiu pelo prosseguimento do debate.

Perguntado se a retirada dos colaboradores petistas do governo de Pernambuco seria uma resposta do Partido dos Trabalhadores à decisão do PSB, que neste mês resolveu deixar o governo de Dilma Rousseff, o deputado disse que é mais do que isso. “É mais que uma reposta porque se o PSB tivesse deixado o governo apenas para ter mais liberdade para promover suas discussões (sobre a virtual candidatura de Eduardo Campos) como eles disseram, estava tudo bem”, disse o deputado.

O problema, de acordo com Eugênio, é que depois que saiu do governo, o PSB aprofundou posições políticas que mostram uma total divergência do partido presidido por Campos em relação ao governo petista. “Houve uma proximidade muito grande do PSDB com Aécio (senador Aécio Neves, também possível oponente de Dilma nas eleições de 2014). Parece que está se formando uma ampla frente nacional contra o governo do PT”, disse o deputado, que também citou as críticas feitas ao governo pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva.

Na sexta-feira, 18, a situação política de Pernambuco já havia sido discutida pelo PT Nacional em reunião comandada pelo presidente do partido, Rui Falcão, em São Paulo. No encontro paulista ficou acertado que a decisão deveria ser tomada pelo Diretório Estadual.

 

Com Campos e Aécio, Dilma vence eleição no primeiro turno, segundo pequisa Data Folha

Pesquisa Datafolha realizada nesta sexta (11) mostra que a presidente Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno se disputasse a eleição contra os dois candidatos mais prováveis do PSDB e do PSB, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.

Nessa simulação, Dilma tem 42% das intenções de voto; Aécio, 21%; Campos,15%. Brancos, nulos ou nenhum somam 16%. Outros 7% não sabem em quem votar.

O instituto testou quatro cenários para a eleição presidencial de 2014, alternando os nomes de Campos e Marina Silva, pelo PSB, e os de Aécio e José Serra, pelo PSDB.

Nas outras três combinações, Dilma não teria uma quantidade suficiente de votos para garantir vitória no primeiro turno.

No simulação em que a disputa aparece mais apertada, a petista alcança 37% das intenções de voto, Marina marca 28%, Serra alcança 20%.

Trata-se, porém, justamente do cenário mais improvável da eleição, já que os principais líderes do PSB e do PSDB trabalham pelas candidaturas de seus presidentes nacionais, Campos e Aécio.

Nesta rodada, o Datafolha fez 2.517 entrevistas em 154 municípios, o que resulta numa margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.

As simulações do atual levantamento não podem ser diretamente comparadas com as de pesquisas anteriores do instituto porque não há coincidência de cenários.

No quadro que era tido como o mais provável da pesquisa anterior, no início de agosto, Dilma tinha 35%; Marina marcava 26%; Aécio alcançava 13%; Campos, 8%.

Após o fracasso da criação da Rede dentro do prazo legal para concorrer em 2014, Marina filiou-se ao PSB. Com isso, não há mais como ela e Eduardo Campos disputarem o mesmo cargo.

Os números de ontem sugerem que o espólio eleitoral de Marina foi dividido de forma quase idêntica entre Dilma, Aécio e Campos. A petista teria herdado 7 pontos; o tucano, 8; o socialista agora apoiado por Marina, 7.

O levantamento de ontem também confirma que Marina seria a adversária mais competitiva da presidente Dilma Rousseff em 2014. Ela atinge 29% em seu melhor cenário, quase o dobro da melhor situação de Campos.

Dilma vence em todas as simulações de segundo turno. Contra Marina, ganha por 47% a 41%. Contra Serra, por 51% a 33%. Contra Aécio, 54% a 31%. Contra Campos, 54% a 28%.

Especialistas apostam que Marina e Campos vão se desentender

ex-senadora e presidente do PSB vão entrar em conflito na hora de decidir quem vai disputar as eleições de 2014 como cabeça de chapa

BRASÍLIA — Os petistas voltaram segunda-feira a Brasília com um discurso pronto sobre o impacto da aliança de Marina Silva (Rede) com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos(PSB): todos perderam com esse arranjo político, menos a presidente Dilma Rousseff, que ainda pode se eleger no primeiro turno. Em reuniões com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, ou em discursos no plenário, os petistas reclamaram do discurso de Marina, que anunciou guerra ao PT e ao “chavismo”, e ainda apostam em um desentendimento entre a ex-ministra e Eduardo Campos no início do ano que vem, quando devem definir quem será cabeça de chapa nas eleições de 2014.

— A esperteza, quando é demais, come o dono. O Eduardo Campos agora tem em casa uma pessoa com 25% das intenções de voto e que fala com a sociedade e não com as lideranças partidárias — reagiu um dirigente petista.

Pego de surpresa com a decisão de Marina de se filiar ao PSB, o PT aguarda as pesquisas de intenção de voto para ver o impacto da aliança no eleitorado. Integrante do Diretório Nacional e um quadro histórico da corrente majoritária do PT, Francisco Rocha, o Rochinha, foi na linha de ataque a Eduardo Campos, tentando vincular a imagem do ex-aliado ao falecido senador Antônio Carlos Magalhães, apelidado de “Toninho Malvadeza”.

“Digamos que os institutos de pesquisa continuem aferindo a posição da ‘ex-candidata’ na disputa eleitoral, e ela venha a superar o candidato Dudu Malvadeza nessas aferições. Conhecendo a Marina e o Dudu Malvadeza, tenho certeza de que a história registrará um verdadeiro angu de caroço dentro do PSB”, escreveu Rochinha em seu blog.

O ex-líder do PT no Senado Humberto Costa (PT-PE) avalia que a grande ganhadora dessa reviravolta é a presidente Dilma, que ainda pode ganhar no primeiro turno, já que, os votos de opinião de Marina, a ex-senadora não os leva com ela.

— Houve dois grandes perdedores. Marina perde o discurso de modernidade, porque resolveu da forma mais tradicional possível. Aécio Neves (PSDB-MG) perde porque a disputa vai ficar polarizada entre Dilma e Eduardo Campos, que, momentaneamente, ganhou espaço na mídia que não tinha — disse Humberto Costa.

O também pernambucano Fernando Ferro (PT) foi à tribuna numa reação aos discurso de Marina Silva, que disse ter sido vítima de chavismo, referindo-se ao alto índice de rejeição de assinaturas de apoio à criação da Rede Sustentabilidade em cartórios do ABC paulista, reduto do PT.

— Esse discurso do chavismo petista é conservador, usado pela velha direita, parece que a Marina está com raiva do PT. Mas a decisão de ir para o PSB foi uma jogada política competente, uma novidade positiva. Uma chapa a mais no campo progressista levará o PT a refinar seu discurso e inovar também, sem ficar apenas no discurso econômico — discursou Ferro.

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também reagiu às críticas de Marina:

— A ex- senadora Marina falar mal do chavismo é um tiro no pé, pela trajetória dela, pela trajetória da esquerda brasileira. A esquerda brasileira sempre teve profunda identificação ideológica com Chávez, com o chavismo na Venezuela. De repente se muda tudo? É o caminho da direita — afirmou.

Os socialistas não escondem a euforia. Líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF) discorda:

— É um candidato a menos, mas cria um fato político que não é meramente aritmético. O efeito político é muito maior do que a própria soma e tem um alcance muito amplo. No sábado, depois do anúncio da aliança, só em Brasília houve mais de 100 filiações de pessoas que se animaram com a notícia. O governo vai ter uma estratégia de alimentar na mídia uma dúvida sobre quem vai ser o candidato do PSB, mas isso não vai acontecer. A Marina tomou uma posição consciente e com diferenças essenciais em relação à política tradicional. Nós temos tranquilidade absoluta, porque o entendimento foi feito diretamente com ela — disse Rollemberg, reafirmando o acerto para Marina ser vice, e não cabeça de chapa.

O PT pretende explorar a filiação ao PSB de políticos egressos do DEM, como o ex-senador Heráclito Fortes (PI) e Paulo Bornhausen (SC), para tentar desgastar a ex-ministra Marina Silva. A suposta contradição de Marina foi levantada pelo presidente do PT, Rui Falcão, em reunião na noite desta segunda-feira com senadores do partido.

Falcão também afirmou, de acordo com senadores presentes, que a chapa do PSB ainda está em aberto e que se Marina continuar em vantagem nas pesquisas de intenção de voto, ela deverá ser a candidata à Presidência da República, e não o governador Eduardo Campos (PE). De acordo com pesquisa Datafolha concluída no início de agosto, Marina estava em segundo lugar, com 26%, e Campos em quarto, com 8%.

— No PSB tem entrado pessoas como o Heráclito Fortes e o Bornhausen. Isso dificulta a história que a Marina construiu dentro do PT – disse um senador petista, ao relatar a análise de conjuntura feita pelo presidente do partido.

PF vê fraude em contrato do governo Eduardo Campos

Da Folha.com

eduardo_camposA Polícia Federal pediu abertura de investigação sobre contratos da empresa Ideia Digital com a gestão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cotado para disputar a Presidência da República em 2014.

A empresa assinou contratos de R$ 77,5 milhões no Estado para informatizar escolas –já foram pagos R$ 51,2 milhões. Segundo a PF, um dos contratos em Pernambuco tem indícios de superfaturamento. O pedido de investigação foi enviado ao Ministério Público Estadual.

Outro lado: Apuração interna está em fase final, diz governo de PE

A PF também pede que as investigações sobre outras autoridades sejam aprofundadas – entre elas a do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e a de dois deputados federais.

A Ideia Digital é suspeita de financiar ilegalmente campanhas do PSB e do PSD.

Como a Folha publicou ontem, investigação da PF aponta que verbas de convênio do Ministério da Ciência e Tecnologia com a Prefeitura de João Pessoa foram desviadas para financiar campanha do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), em 2010.

O dinheiro teria sido desviado em contrato com a Ideia Digital, vencedora de licitação para implantar um projeto de internet grátis em João Pessoa. Na época, Coutinho era prefeito de João Pessoa.

Em dois contratos em 2011, o governo de Pernambuco usou os mesmos critérios usados no caso da Paraíba. Outro contrato foi assinado em 2012.

Em depoimento já no final da investigação da PF, um dos suspeitos afirmou que a Ideia Digital tinha “tinha acesso irrestrito ao próprio Ministério da Ciência e Tecnologia”, que foi comandado por Campos em 2004 e 2005.

Dos seis governadores do PSB, três trabalham contra candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos ao Palácio do Planalto em 2014

A resistência manifestada por governadores do PSB à candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), à presidência da República, no próximo ano, vem preocupando os defensores do projeto nacional. Essa parte dos socialistas tem visto no “fogo amigo” um risco maior para a candidatura e para o partido. O movimento contrário a Campos preocupa mais que os efeitos do recente recuo do governador pernambucano que, nas últimas semanas, se movimentou nos bastidores da política, mas de forma mais discreta, evitando embates com o governo federal.

No início de maio, Campos evitou o embate com o governo e não compareceu às comemorações do Dia do Trabalhador, em São Paulo, a convite da Força Sindical. Desde então, as viagens e eventos públicos em outros Estados, que haviam se tornado uma constante na agenda do pernambucano, passaram a dar lugar a eventos em Pernambuco. As conversas com possíveis aliados não deixaram de ser feitas, mas em reuniões não divulgadas.

Esse recuo de Campos, para os socialistas, é até considerado estratégico, faltando mais de um ano e meio para as eleições e com o partido ainda compondo a base do governo de Dilma Rousseff . O que preocupa mesmo é a falta de apoio interno para sua candidatura.

Há a avaliação no partido que a movimentação dos governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande; do Amapá, Camilo Capiberibe, e do Ceará, Cid Gomes, podem causar estragos no partido e inviabilizar o projeto nacional.

“É triste ver que há colegas mandatários, lideranças políticas que estão pensando em seus projetos locais, em detrimento do projeto nacional, em detrimento do que poder ser uma saída para o nosso partido crescer”, argumentou o deputado Júlio Delgado (MG), um dos principais entusiastas da candidatura de Campos.

Com acordo fechado para contar com o PT em seu projeto de reeleição, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, tem desencorajado Campos. Casagrande alega que 2014 não é o tempo para o socialista, que poderia ser o candidato do partido, quem sabe, em 2018.

Capiberibe quer apoiar a reeleição de Dilma Rousseff e se alinha ao pensamento do governador do Ceará, Cid Gomes. Seguem no apoio ao pernambucano somente os governadores da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do Piauí, Wilson Martins.

Para socialistas ligados a Casagrande, Campos ainda tem um “caminho de volta”, apesar de todas as movimentações já realizadas pelo governador neste ano e que abalaram sua relação com o Planalto. “Também tive a impressão de que ele recuou. Ainda há esse caminho de volta”, avaliou o deputado Paulo Foleto (PSB-ES).

Além do pouco tempo de televisão do PSB, cerca de 1 minuto e 20 segundos, e diante do cenário de que, com Campos, o partido não construirá alianças com partidos grandes, o ceticismo em relação à candidatura tem aumentado.

Outra avaliação dos socialistas é de que o discurso adotado no programa do partido, há um mês, não causou o impacto desejado. Campos foi a estrela do programa e evitou, no discurso, o rompimento com Dilma. O pernambucano defendeu que o PSB pode ser uma alternativa para “fazer mais” do que foi feito pelos governos petistas dos quais o PSB participou desde o início, em 2003.

O sentimento dos socialistas, defensores ou críticos da candidatura nacional, é de que o discurso não funcionou porque não há como criticar um governo do qual o partido ainda é parceiro.

Os defensores da candidatura de Campos argumentam que não há porque permanecer na base, já que o próprio PT, aliado histórico do PSB, entrou em um “caminho sem volta” com o PMDB. As negociações da Medida Provisória dos Portos, batalha enfrentada pelo governo no Congresso na semana passada, demonstrou, na avaliação dos socialistas, que Dilma se viu “refém” dos peemedebistas.

Para o deputado Roberto Freire, que preside o novo partido MD, esse caminho de volta para Campos não seria viável. Apoiador da candidatura nacional do socialista, Freire considera que a mudança de comportamento do governo nas últimas semanas se deu em função das pressões que vem sofrendo. Mas garantiu que o MD se decidiu pelo apoio a Campos. “Talvez ele tenha dado uma parada pela pressão, que é muito grande. Mas ele é candidato em 2014”, disse Freire.