No último dia 29 de novembro, no Grêmio Lítero da João Lisboa, um grupo de artistas, representantes da cultura popular, da cultura evangélica, das artes cênicas, das artes visuais, do artesanato, das culturas afro brasileiras, da dança, do livro, leitura e literatura, da música, do patrimônio material e imaterial do teatro, enfim, de todos os segmentos e áreas culturais da ilha, manifestaram o desejo de mudança nos rumos da gestão da cultura municipal de São Luis.
A ainda FUMC (Fundação Municipal de Cultura), que deverá ser transformada em Secretaria Municipal de Cultura na próxima administração de prefeito eleito Edivaldo Holanda Junior, vive uma intensa e ferrenha corrida ao seu posto máximo.
A classe cultural, temerosa com os nomes que surgiram no decorrer do processo, inclusive alguns que já passaram pela pasta e não deixaram saudades, lançou o nome do músico, maestro e produtor cultural Augusto Bastos, este tipo de movimento na cultura é inédito e pretende chamar a atenção de Holanda Jr. às reais necessidades da cultura de São Luís.
Augusto Bastos tem 48 anos e pertence a uma tradicional família de músicos com destaque a seu irmão Zé Américo Bastos, grande produtor de artistas de fama nacional e que recentemente ganhou o Grammy Latino pela produção do último cd de Dominguinhos. Augusto é graduado pela UFMA e pela UNIFOR de Fortaleza.
– Sempre tivemos no comando da cultura alguém imposto pelos mandatários e esta fórmula não dá certo. Caso eu seja lembrado como futuro secretário, irei implantar o Parlamentarismo Cultural, um fórum que irá se reunir todo mês onde discutiremos os problemas e os rumos da pasta, além de consolidar o sistema municipal de cultura (Conselho, Plano e Fundo Municipal de Cultura) e revitalizar a Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Tudo dentro da mais absoluta transparência. Disse Augusto Bastos.
Zé Américo, Augusto Bastos e Beto Pereir
Durante a solenidade, vários artistas manifestaram apoio a Augusto Bastos. As principais queixas da classe artística é a demora no pagamento de cachês, o “esquecimento” de algumas brincadeiras que simplesmente são alijadas do processo de escolha para apresentações e o simples fato de não serem recebidos pelos presidentes da FUMC, é o chamado chá-de-cadeira, além da falta de incentivo e fomento das demais áreas e seguimentos culturais que foram esquecidas pelas administrações anteriores.
Além do Parlamento Cultural, a secretaria contará com uma coordenação especializada em projetos especiais. Segundo Bastos, é inadmissível que o Maranhão pouco aprove projetos culturais pelo Brasil. Isso se dá pelo simples fato de não termos um acompanhamento mais eficaz por parte do poder público, que pode ajudar os artistas e brincadeiras a conseguirem ou pelo menos competirem de igual por igual com a Bahia e o Ceará, por exemplo.
Aqui no Maranhão o que acontece é que edital após edital, os nomes se repetem, ou seja, apenas os mesmos grupos que já detém algum know how aprovam projetos, enquanto a grande maioria fica a ver navios. Queremos fazer uma verdadeira revolução na cultura de São Luís, garante Bastos.
Até o momento o manifesto de apoio a Augusto Bastos já conta com mais de mil assinaturas entre eles:
Zé Américo Bastos
Gdam e entidades do movimento negro
Tadeu de Obatalá
Professor Novaes (Poeta)
Nauro Machado
Chagas – Cantador do Boi da Maioba
Ronald Pinheiro
Walkir Marinho (Jornalista)
Mano Borges
Celso Reis
Ana Cláudia
Cláudio Lima
Osvaldo Mandou Legal
Beto Pereira