Postagens na categoria: Direitos Humanos

Autoridades discutem a criação da Promotoria de Justiça de Conflitos Agrários

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PSDB), com Eliziane Gama (PPS) e Edilázio Júnior(PV), receberam na manhã desta quarta-feira (10), o superintendente do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues, o desembargador Gercino José da Silva Filho, ouvidor agrário Nacional do Incra, a procuradora-geral, Regina Lúcia de Almeida Rocha e demais membros da procuradoria e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para discutir o projeto que propõe a criação de uma Promotoria de Justiça de Conflitos Agrários no Estado. O projeto, que foi encaminhado pelo Ministério Publico, irá para votação na sessão plenária do dia 11 de julho de 2013 quinta feira.

“Temos municípios a 1.200 km de distancia, fica difícil para que a Justiça fundiária chegue até essas regiões de modo que essa é uma iniciativa brilhante do ministério publico em parceria com o ministério do desenvolvimento agrário e com o Incra”, destacou o presidente Arnaldo Melo.

O superintendente do Incra, José Inácio Rodrigues, falou da importância do apoio da Assembleia em relação a promotoria: “Estamos com uma expectativa muito boa de que o projeto seja aprovado e após a aprovação da promotoria agraria especializada, vamos também lutar para que seja criada uma vara especializada para tratar dos conflitos no Estado do Maranhão”.

Segundo o desembargador Gercino José da Silva Filho, com a criação da Promotoria de Justiça agrária, os números de violência e de conflitos no campo irão diminuir. “Esse projeto no setor agrário vai contribuir para o Maranhão em relação à violência e aos conflitos no campo que têm aparecido em grande escala”, afirmou.

Para complementar o projeto, o deputado Edilázio Júnior sugeriu que o próprio Tribunal de Justiça possa criar uma Vara especializada em assuntos agrários junto com o Ministério Público para atender de forma mais eficiente a categoria.

O PROJETO

A procuradora-geral de Justiça recebeu uma proposta de criação de novas Promotorias de Justiça na estrutura do Ministério Público do Maranhão. O projeto foi entregue pelo procurador Raimundo Nonato de Carvalho Filho, presidente da comissão que elaborou o documento.

O projeto, que altera a Lei Orgânica do Ministério Público, prevê além da criação de cargos de promotores de justiça, a comissão também entregou à procuradora-geral de justiça, uma proposta de criação de 43 cargos para servidores na instituição. A proposta prevê a criação de 29 cargos de assessor de promotor de justiça, oito cargos de técnico ministerial – área administrativa e seis para técnico ministerial – execução de mandados.

Os novos cargos deverão atender às necessidades criadas com a criação dos 21 novos cargos de promotor de justiça.

10/07/2013 14:31:00 – Jéssica Barros / Assembleia Legislativa

Senadores rejeitam mudanças nas regras para suplência

Pelo texto, o número de suplentes passaria de dois para um, e ele não poderia ser parente consanguíneo até segundo grau

Brasília – O Senado rejeitou na terça-feira 9 a proposta de emenda à Constituição (PEC) que previa mudanças nas regras para suplência de senadores. Pelo texto, de autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), o número de suplentes passaria de dois para um, proibia parente consanguíneo até segundo grau ou por adoção ou ainda cônjuge.

Apesar da maioria dos senadores presentes ser a favor da proposta, eles somaram apenas 46 e não os 49 necessários para aprovação de PEC. Após muita divergência, os votos contrários chegaram a 17.

A PEC, que agora será arquivada, também estabelecia que os suplentes somente assumiriam as vagas até que um novo senador fosse eleito. Dessa forma, eles substituiriam apenas temporariamente os titulares, mas não ficariam com as vagas em caso de morte ou perda de mandato, por exemplo.

Atualmente, 16 senadores em exercício no mandato são suplentes. Eles substituem senadores que morreram, que exercem cargos no Poder Executivo ou que foram cassados. A discussão da matéria durou cerca de três horas.

Governo publica regras de plano para ampliar médicos no interior do país

Medida provisória e editais foram publicados no Diário Oficial, nesta terça.
Duração do curso de medicina subirá de 6 para 8 anos a partir de 2015.

O governo federal publicou no Diário Oficial da União, nesta terça-feira (9), a medida provisória e os editais com as regras do programa “Mais Médicos”, que visa ampliar o número de profissionais de saúde em municípios no interior do país e nas periferias das grandes cidades. O projeto vai permitir o trabalho de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma.

Entre as novidades anunciadas está a estimativa de abertura de cerca de 10 mil vagas para médicos em regiões carentes, que vão receber bolsa federal de R$ 10 mil. O governo ainda vai determinar a quantidade exata de vagas. A previsão do Ministério da Saúde é que até 18 de setembro todos os profissionais escolhidos dentro do “Mais Médicos” estejam atuando no país.

Segundo o governo, a prioridade será preencher as vagas do programa com profissionais brasileiros. Os postos de trabalho remanescentes serão completados com estrangeiros.

Mudança nos cursos
Outra alteração incluída na medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff é a inclusão um novo ciclo de formação nos cursos de medicina a partir de 2015. Na prática, esta mudança vai aumentar a duração da graduação de medicina em dois anos, de 6 para 8 anos.

De acordo com a medida provisória, o diploma de médico só será dado ao estudante quando ele houver sido aprovado no segundo ciclo.

A ideia é que os estudantes cumpram os dois novos anos do curso no Sistema Único de Saúde (SUS), disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em cerimônia na segunda-feira (8).

“Estamos propondo criar um segundo ciclo de graduação. Todos os estudantes de medicina, depois dos seis anos de graduação, ficariam dois anos trabalhando na saúde popular no SUS”, disse ele no lançamento do programa federal.

A formação vai ser voltada à atenção básica (1º ano) e setores de urgência e emergência (2º ano).

Para realizar o ciclo adicional de formação no SUS, informou o titular da Educação, os alunos vão receber uma bolsa custeada pelo governo federal, além de uma autorização provisória para exercício da medicina. As instituições de ensino terão de oferecer acompanhamento e supervisão nas especialidades.

Como a bolsa será paga pelo governo federal, durante esse ciclo de estudo os alunos que estudarem em universidades privadas deverão ficar isentos da mensalidade.

Autorização temporária
Ao longo dos dois anos de atividades no SUS, o estudante terá uma autorização provisória para o exercício da medicina. Só após a conclusão dessa fase, a permissão será convertida em inscrição plena no Conselho Regional de Medicina.

De acordo com o Ministério da Saúde, a introdução do segundo ciclo não extingue o internato, realizado no quinto e no sexto anos de estudo. No internato, o estudante atua em diversas áreas da rede pública de saúde, como um primeiro contato direto com pacientes.

Segundo a pasta, o ciclo de dois anos exigirá gradativamente maior responsabilidade dos estudantes, com o exercício, de fato, de procedimentos médicos em urgência e emergência. Outra novidade é a previsão de abertura de de 11.447 novas vagas em faculdades de medicina até 2017.

A medida foi prontamente criticada por entidades da classe médica, que consideram que ela pode “favorecer a exploração”. “Trata-se de uma manobra, que favorece a exploração de mão de obra. Não se pode esquecer que os estudantes já realizam estágios nas últimas etapas de sua graduação e depois passam de três a cinco anos em cursos de residência médica, geralmente em unidades vinculadas ao SUS”, declararam a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em carta conjunta.

Incra e Fundação Cultural Palmares fortalecem parceria no Maranhão

O superintendente regional do Incra no Maranhão, José Inácio Rodrigues, recebeu no dia (27), o presidente nacional da Fundação Cultural Palmares(FCP), José Hilton Santos Almeida (Hilton Cobra) para uma reunião que teve como objetivo estreitar as relações entre as duas instituições. A reunião aconteceu na sede do Incra, em São Luís(MA).

De acordo com o Decreto nr. 4887 de 2003 o Incra é o órgão responsável pela delimitação, demarcação e titulação dos territórios quilombolas. Para que o Incra inicie os trabalhos em determinada Comunidade, ela deve apresentar Certidão de registro no Cadastro Geral de Remanescentes de quilombos, emitida pela Fundação Cultural Palmares. Essas atribuições colocam as duas Instituições com atuação dentro do processo de regularização dos territórios quilombolas. E por isso, segundo o presidente da FCP, existe a necessidade de estarem mais próximas.

Avanço

Durante a reunião, o superintendente do Incra-MA citou o esforço na estruturação do Setor de Regularização dos Territórios Quilombolas da Autarquia com ampliação das instalações físicas e aumento do número de servidores, com a chegada de mais quatro antropólogos.

José Inácio destacou ainda o avanço nos trabalhos da Autarquia com atuação em 38 Comunidades quilombolas, que estão com processos em diversas fases de tramitação, para regularização de seus territórios. A Superintendência fará um pregão regional, no valor de R$ 1,8 milhão no início do mês de julho, para contratar empresas para elaboração de estudos antropológicos em 29 Comunidades. Ao todo, a Autarquia trabalhará em 67 áreas, visando à regularização dos territórios quilombolas.

Parcerias

De acordo com a professora Ana Amélia Mafra, chefe da Representação da FCP-MA, além do grande número de Comunidades quilombolas, no Maranhão os conflitos nessas áreas são históricos e intensos. Na avaliação do presidente da Fundação Cultural Palmares, as instalações da representação da FCP no Maranhão também necessitam de estruturação para atender a demanda das centenas de Comunidades Quilombolas no estado e frisou a importância das parcerias, inclusive com o Governo do Estado. “É necessário realmente termos mais braços”, afirmou.

A reunião foi finalizada com a proposta apresentada pela chefe do Setor de Regularização de Quilombos do Incra-MA, Lidiane Amorim, de construção de uma agenda institucional conjunta do Incra, Fundação Cultural Palmares e Governo do Estado para facilitar e agilizar a operacionalização das ações voltadas para a regularização dos territórios quilombolas no Maranhão.

Cidade gaúcha paga faculdade e mesmo assim não consegue atrair médico

Projeto busca candidato que aceite trabalhar cinco anos no posto de saúde, em troca prefeitura pagaria os seis anos da faculdade de medicina

A cidade de Camargo, no Rio Grande do Sul, está tentando resolver seu problema da falta de médicos. Com base no projeto de lei de crédito educativo, que auxilia outras formações superiores, a prefeitura criou um programa que paga o curso de medicina e em troca os médicos formados devem trabalhar no posto de saúde da cidade por cinco anos, recebendo dois salários mínimos. O programa, lançado em dezembro de 2011, ainda não teve nenhum participante.

Ministro da Saúde ao iG:
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“Tínhamos um problema todo o fim de ano quando os médicos que trabalhavam no nosso posto de saúde passavam na prova de residência e saíam para fazer residência em outras cidades. Um pouco antes desta época já tínhamos que começar a procurar outro médicos”, disse ao iG  Marilene Sioravanço, secretária municipal de saúde.

A cidade de 2.600 habitantes fica a 50 quilômetros de Passo Fundo, município que tem uma universidade com curso de medicina, mas mesmo assim, de acordo com Marilene, a rotatividade de médicos no posto de Saúde de Camargo sempre foi alta.

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Ela acredita que o problema de o programa não ter tido nenhum candidato ainda está na vontade dos médicos jovens de logo se especializarem. “Os médicos de hoje gostam de estar numa cidade grande, com shopping e cinema. Eles querem continuar a se especializar logo que saem da faculdade. Não querem ser clínicos gerais”, disse.

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Marilene afirma que no momento só podem participar do programa residentes da própria Camargo, mas que está sendo estudada a possibilidade de moradores de outras cidades próximas também participarem. “Após ter a faculdade custeada, o médico recém-formado precisa trabalhar no posto de Camargo por cinco anos. São 32 horas semanais e a bonificação são de dois salários mínimos”, disse. Caso o médico queira fazer especialização, o programa pode ser suspenso por um período e após o curso ele voltaria para Camargo para completar o período de atendimento no posto de saúde.

“Com este programa queremos criar um fruto, pois o que vemos aqui é que quando o médico começa a conhecer os moradores e eles começam a confiar no profissional, ele vai embora da cidade”, disse.

Atualmente a cidade conta com dois médicos fixos no posto de saúde. Além dos dois clínicos gerais, um pediatra e um ginecologista fazem dois turnos por semana cada para atender a população. O médico que trabalha 40 horas semanais recebe R$ 20 mil e o que faz 20 horas semanais, R$ 9 mil. Para se ter uma ideia o prefeito de Camargo recebe salário de R$4.800.

“Por isso que quando fazemos concurso na cidade não aparece médico. O salário maior do município deve ser o do prefeito. Os médicos que trabalham em Camargo vêm a partir de empresas licitadas que prestam serviço”, disse.

Marilena explica que o cálculo para o projeto foi simples: “Como a mensalidade das faculdades de medicina estão em torno de R$ 5 mil, com R$ 20 mil a gente consegue manter quatro estudantes. Estamos esperando os candidatos”.